ARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL / Brasil tem um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo O Sistema Único de Saúde (SUS) se tornou alvo de uma polêmica nesta semana, após a cantora Jojo Todynho criticar seus “defensores” em uma entrevista ao podcast Fala Guerreiro Cast, exibido na quarta-feira (9).
Na ocasião, a cantora queria apontar uma suposta hipocrisia dos que exaltam a rede pública, mas têm plano de saúde. “As pessoas que muito falam sobre essa questão de ‘viva o SUS’ têm plano de saúde. Gente, a realidade é que está todo mundo com dinheiro no bolso, querendo que a sociedade se exploda. Então, acorda para a vida”, disparou.
A fala da cantora gerou debate nas redes sociais e foi amplamente criticada. Nesta quinta (10), ela reforçou sua visão em relação à rede pública. "No papel é lindo", disse, após listar as dificuldades enfrentadas por quem depende exclusivamente do SUS, como as filas de espera, falta de médicos e precariedade em algumas unidades. No entanto, mesmo quem tem plano de saúde faz uso do SUS.
Nasceu com a Constituição
Prestes a completar 35 anos em setembro, a rede de saúde pública brasileira é uma das maiores e mais complexas do mundo, criada para garantir o direito à saúde, previsto na Constituição de 1988.
É a rede pública de saúde, por meio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que regula, fiscaliza e estabelece as regras que os convênios precisam seguir. Isso vale tanto para a definição de exames até a punição das operadoras por irregularidades, por exemplo.
Mesmo com as falhas, intensificadas pelas dimensões continentais e desigualdades regionais do Brasil, o SUS possui uma cartilha de serviços que vão muito além das emergências hospitalares e estão presentes no cotidiano de toda a população.
Confira, a seguir, em quais frentes o SUS está presente na vida dos brasileiros.
Vacinação (até em clínicas privadas)
É competência do SUS organizar e executar o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Sendo assim, todas as vacinas passam pela análise da rede pública para entrar no calendário oficial.
Fernando Frazão/Agência Brasil
Vacinação infantil
Mesmo quem toma vacina em clínicas particulares depende da logística, do controle de estoque, da fiscalização e da vigilância do SUS. Em muitos casos, os imunizantes aplicados nesses estabelecimentos vêm do mesmo lote distribuído pelo Ministério da Saúde, que gerencia a rede pública.
Vigilância sanitária e epidemiológica
Cabe ao sistema público, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realizar o controle sanitário e epidemiológico do país, que garante o monitoramento de surtos de doenças e da qualidade da água, por exemplo.
Além disso, é a rede pública quem fiscaliza os estabelecimentos de saúde e indústrias de alimentos, cosméticos e medicamentos. Ou seja: desde as compras no supermercado até o uso de remédios controlados, é o SUS que atesta a segurança do que está sendo consumido. É ele quem fiscaliza, aprova e garante que os produtos cheguem até à população dentro dos padrões de qualidade e sem risco à saúde.
Emergências
Também é o SUS, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que oferece o atendimento prioritário e imediato à população em casos de emergência, independentemente de plano de saúde.
Reprodução/Cassiane Chagas (Araraquara Agora)
Ambulância do SAMU
O serviço cobre todo o país e presta socorro gratuito nos mais diversos tipos de ocorrências - desde acidentes em vias públicas, episódios de mal súbito ou até complicações obstétricas e crises psiquiátricas.
Cuidados com os animais
Até no setor veterinário o SUS está presente: a partir da atuação conjunta da Anvisa e de secretarias locais, a rede pública de saúde assegura que clínicas veterinárias, pet shops e demais estabelecimentos voltados aos animais funcionem conforme as normas sanitárias.
Além disso, é o poder público que oferece subsídios para a imunização e castração de animais, controle de pragas e, principalmente, o controle de zoonoses - as doenças que podem ser transmitidas dos animais para os humanos, como a raiva e a leptospirose, por exemplo.
Transplante de órgãos
O Brasil é reconhecido internacionalmente por ter um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos, tecidos e células - o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em números absolutos, o país é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
peoplecreations/Freepik
SNT é reconhecido internacionalmente pela sua amplitude
Mais de 90% dos procedimentos são realizados pelo SUS, que não só os regulamenta, controla e monitora, como também financia todos os seus custos.
É a partir da rede pública que os pacientes têm assistência integral e gratuita, desde os exames preparatórios, até a cirurgia e o acompanhamento pós-transplante.
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