Pátios cheios, como este da Volkswagen, refletem desafios de mercado; para as montadoras em crise de baixo volume, o problema é a falta de vendas.
Diversas marcas enfrentam desafios com baixas vendas no mercado brasileiro em 2025 devido a preços altos, falta de marketing e estratégias inadequadas atingem as montadoras .
O mercado automotivo é movido por dinheiro. Em 2025, algumas marcas sentem o peso de não conseguir converter seus carros em vendas. Os motivos variam: preços altos demais, pouca variedade de modelos, problemas na importação ou falta de marketing. Várias montadoras enfrentam sérios desafios para justificar seus investimentos no Brasil.
Isso inclui marcas de luxo, japonesas, sul-coreanas e britânicas. Até algumas que apostaram tudo nos carros elétricos estão tendo que voltar atrás. Veja as montadoras com menos vendas em 2025, os motivos e o investimento mal aplicado e onde o consumidor não está gastando.
O cenário de 2025 no Brasil: por que algumas montadoras estão em crise?
O ano de 2025 revela várias montadoras em crise no Brasil. Empresas conhecidas lutam para justificar seus investimentos no país. A dificuldade em transformar carros em vendas é clara. Fatores como preços elevados, estratégias de mercado e falta de variedade ou marketing adequado impactam diretamente os resultados.
Kia e Suzuki
A Kia já teve mais destaque no Brasil, com modelos como Sportage e Cerato. Hoje, vive uma crise de presença. Foram menos de 1000 veículos vendidos até agora em 2025. Desse total, 600 unidades são do pequeno caminhão Bongo. Ou seja, a Kia vendeu menos de 400 carros de passeio em 2025. A marca perdeu o ritmo da renovação e depende muito da importação, o que encarece seus produtos. O Sportage, por exemplo, parte de R$ 270.000, competindo com SUVs mais equipados. Para reverter, a Kia poderia trazer modelos como o elétrico EV6 ou o K3 (substituto do Cerato), além de investir mais em marketing.
A Suzuki vive uma realidade ainda mais silenciosa. Foram apenas 430 unidades emplacadas no ano. A marca japonesa opera via HPE Automotores (parceira da Mitsubishi), mas parece operar no piloto automático. Hoje, só oferece o Jimny Sierra, com preços a partir de R$ 170.000, valor alto para um compacto simples. Sem novidades, perde espaço. A chegada do novo Vitara (já lançado no Reino Unido) e mais divulgação poderiam mudar o jogo.
Lexus e JAC Motors
A Lexus, divisão de luxo da montadora Toyota, segue uma filosofia discreta. No Brasil, essa discrição virou quase invisibilidade. Foram apenas 258 unidades no primeiro trimestre de 2025. Sua linha (UX, NX, RX, ES) tem versões híbridas e acabamento refinado. O problema é o preço: o UX parte de R$ 299.000 e o RX chega a R$ 670.000. A marca não comunica bem seu status ou inovação. A rede é pequena e a presença na mídia, nula. Precisaria investir pesado em marketing e talvez trazer modelos mais acessíveis, como o crossover LBX.
A JAC Motors chegou com promessas ambiciosas em 2011. Hoje, a realidade é outra. Vendeu menos de 350 veículos em 2025, sendo 70% caminhões elétricos. A aposta atual é quase exclusiva em elétricos (E-JS1, E-IV 330, E-JS4). O custo-benefício espanta: o E-JS1 custa mais de R$ 120.000. A autonomia ainda deixa a desejar e a rede de pós-venda é enxuta. O investimento em eletrificação não está trazendo retorno. A JAC precisa rever a estratégia, talvez com híbridos plug-in mais acessíveis, e reforçar o suporte técnico.
Land Rover e Subaru
A Land Rover também figura na lista. Em fevereiro de 2025, vendeu apenas 267 unidades, número baixo para seu histórico. Modelos como Discovery Sport, Velar, Defender e Evoque são desejados, mas caros (facilmente ultrapassam R$ 500.000, chegando a mais de R$ 1 milhão). A marca enfrenta gargalos de importação, dificuldades logísticas e falta de veículos. Há também preocupação com o pós-venda (peças e manutenção caras). Uma linha de entrada mais acessível, como o Evoque híbrido plug-in, e maior presença na mídia poderiam ajudar.
A Subaru parece viver num universo paralelo. A operação no Brasil está quase em coma, com apenas 12 unidades emplacadas em março de 2025. Isso apesar de ter um produto excelente como o Forester (tração integral, bom desempenho). Mas falta marketing, presença e preço competitivo. Importada pela Caoa, seu nicho ficou pequeno demais. O Forester parte de R$ 240.000 e sofre na concorrência. A Subaru precisa reconstruir sua imagem, destacar seus diferenciais e talvez trazer o novo Crosstrek e versões híbridas, além de aparecer mais.
A situação das grandes montadoras como a Volkswagen
É importante notar que, embora este artigo foque nas marcas com volumes de vendas criticamente baixos em 2025, desafios como pátios com estoque elevado (como por vezes noticiado sobre a Volkswagen) podem ocorrer até mesmo com as líderes de mercado. No entanto, a natureza do problema é diferente.
Para uma gigante como a VW, que produz e vende em larga escala, pátios cheios geralmente indicam um descompasso temporário entre a alta produção e a velocidade de vendas do momento, ou questões logísticas. Isso pode exigir ajustes de produção ou campanhas promocionais para gerenciar o inventário, mas não reflete a luta pela sobrevivência ou a quase ausência de vendas que caracteriza as “montadoras em crise” de baixo volume detalhadas aqui (como Suzuki, Subaru, JAC, etc.). A escala e a posição de mercado da Volkswagen a colocam em uma categoria distinta desses casos mais críticos abordados.
O mercado automotivo brasileiro é exigente e impiedoso
Montadoras que não se atualizam ou não entendem o consumidor local ficam para trás. Dinheiro move o mercado, mas a percepção de valor é fundamental. O brasileiro pensa muito antes de investir num carro e quer retorno em tecnologia, conforto, design, pós-venda e status. Algumas marcas entenderam e ajustaram o rumo. Outras ainda tentam ou apenas sobrevivem. O recado é claro: ou se adapta, ou sai de cena.
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