O ícone da dança convive com uma doença autoimune que inflama e danifica a bainha de mielina© Da Redação
Desde que precisou ficar internado, em junho deste ano, por conta de uma doença autoimune que inflama e danifica a bainha de mielina (camada protetora dos nervos que levam ao corpo os comandos cerebrais pros nossos movimentos), Carlinhos de Jesus vem compartilhando detalhes de sua rotina de tratamentos, exercícios e superação para voltar a dançar e poder deixar a cadeira de rodas. E na noite do último domingo, dia 31, o ícone da dança deu uma entrevista muito sincera ao Fantástico, quando explicou melhor o seu quadro e mostrou como está sendo a sua evolução.
Para quem não acompanhou, além da doença autoimune, o dançarino também foi diagnosticado com uma inflamação nos quadris e uma tendinite nos glúteos. Aliás, há três anos Carlinhos já vinha sentindo a perna direita perder a força, mas sem dores. No entanto, em junho ele começou a sofrer com desconfortos terríveis:
- Eu estava no Rio Grande do Sul e comecei a sentir uma dor que eu não conseguia botar o pé no chão, não conseguia andar. Umas fisgadas, aí passava. Dava mais três ou quatro passos e doía novamente. Quando eu cheguei no Rio de Janeiro comecei a sentir uma dor, não conseguia andar. Cheguei a cair. Fomos a um médico de quadril e ele recomendou a internação: era tanta dor que a medicação para eu dormir era morfina, relembra.
Por conta disso, hoje o tratamento de Carlinhos tem imunoterapia, para fortalecer as defesas naturais do organismo, assim como musculação e exercícios funcionais.
- Eles querem me estabilizar para que isso não se agrave. A minha cabeça é viver o hoje, mas quando eu penso: E o amanhã?. Aí é que eu começo a me apavorar. Porque como é que eu vou viver? É um tempo de paciência, resiliência, calma. De calma para que eu possa caminhar, diz o dançarino, emocionado.
E ele ainda finaliza, ao lembrar a morte do filho, Carlos Eduardo, assassinado em 2011:
- Já levei tantas rasteiras, tanta pancada. A última dói até hoje. Mas todas as grandes perdas que eu tive na minha vida, a dança me salvou. Sempre foi o meu esteio, o meu divã. Agora eu não tenho esse divã.
Fonte :- Usando cadeira de rodas, Carlinhos de Jesus se emociona ao falar sobre rotina de tratamentos